Já ouviu falar no cianômetro? Conheça a ferramenta que mede o azul do céu

Já parou para pensar por que o céu é azul? Antes de termos explicações científicas precisas, a curiosidade sobre esse fenômeno encantava mentes brilhantes. Foi assim que, no século 18, Horace-Bénédict de Saussure decidiu criar o cianômetro, uma ferramenta simples, mas engenhosa, para medir as variações de azul no céu.

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Descobertas e desafios

Monumento inspirado no cianômetro original, por Martin Bricelj Baraga. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Monumento inspirado no cianômetro original, por Martin Bricelj Baraga. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Com o cianômetro em mãos, Saussure começou a explorar montanhas, vales e o próprio céu, registrando o grau de azul em diferentes altitudes. No topo do Mont Blanc, ele mediu um “azul do 39º grau” — algo que talvez só fizesse sentido para ele mesmo.

Mas não foi só Saussure que usou o cianômetro. Alexander von Humboldt, um famoso geógrafo, levou a invenção consigo em expedições pelo Atlântico, Caribe e América do Sul. No Chimborazo, nos Andes, Humboldt estabeleceu o recorde do céu mais azul já registrado: o 46º grau!

No entanto, apesar de toda essa poesia científica, a ferramenta logo caiu em desuso. Afinal, sua utilidade prática era limitada, e a explicação para o azul do céu veio apenas anos depois, com a descoberta da dispersão da luz.

Hoje, o cianômetro é mais uma curiosidade histórica do que uma ferramenta científica. Um exemplar está exposto no Museu de História da Ciência de Genebra, ao lado de outros instrumentos criados por Saussure.

Mas, apesar de ter perdido seu lugar na ciência, a ideia por trás do cianômetro ainda é inspiradora. Ele nos lembra que a ciência nem sempre é sobre respostas objetivas; às vezes, é sobre a curiosidade, a beleza e a vontade de entender o mundo de uma forma única.

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